domingo, março 22

Talvez eu seja sensível demais com as pessoas que amei. Digo no passado, por causa da distância, das ideologias, de um futuro que virou presente.
Vejo como as pessoas conseguem mudar, sem pensar, ir na maré, e também percebo como a maré é forte, é dura, é uma queda de cachoeira.
E assim vamos perdendo, perdendo as pessoas que amamos um dia, sentindo saudade de quando a conversa era só sobre os meninos bonitos, sentindo ainda mais falta das bíblias no intervalo.
Só assim percebo como é triste absorver aprendizados vãos, aprendizados que você ouviu, mas quem falou tapou os ouvidos, e assim relembra dos diálogos, dos julgamentos e de tantas outras mil coisas que aconteceu e se pergunta: Eu sou a culpada de tudo isso? Se eu tivesse ficado próxima, teria acontecido? Mas eu acredito que o que é pra acontecer acontece, não tenho o poder de fortalecer a mente de ninguém.
Ah, se elas soubessem o quanto eu sinto saudade, se eles tivessem noção que o que estão fazendo não os levam a lugar nenhum, se todos sentissem o aperto do meu peito, eu conseguiria transmitir o meu amor.
Mas é isso, talvez eu tenha mudado demais, e isso seja um peso muito grande, a ignorância as vezes é uma dádiva pra nos poupar da dor do conhecimento, é por isso o aconchego nos braços de Deus.

segunda-feira, julho 21

Eu não nasci para relacionamentos. que somente isso explica todos os meus traumas, todas as minhas infelicidades.
Eu sou exagerada demais, penso sempre no pra sempre e não vivo o finito, o que acaba daqui a 86400 segundos. Sempre quero demais, um demais que só posso ter no começo. Julgo as pessoas que tem um pouco infinito, aquelas que arranjam sempre um novo alguém pra compartilhar o mundo, elas podem até se incomodar com isso também, mas elas tem algo que eu não posso mais ter: O começo e o recomeço. Elas têm as borboletas, as madrugadas, as canções de amor. E quem só tem o começo, como eu, tem a saudade, o medo, a dor. Tem coisas boas também, como companheirismo e conhecimento, mas tem coisas que não substituem as borboletas. Então não nos julgue por busca-las, não nos julgue por recuperar a auto estima em esquinas erradas, não me julgue por sempre querer holofotes. Eu sou eu, sempre fui, não mudei tanto, e não sei se consigo me adaptar.

quarta-feira, julho 16

Não é sobre ter ou não ter religião, sabe? É sobre ter amigos. É sobre não se sentir tão sozinha. É ter pra quem ligar e sair pra algum lugar divertido, rir, andar de patins, fazer loucuras...
No final, é sempre sobre ser feliz.

terça-feira, abril 29

As vezes eu me vejo tão dependente de você que eu chego a ter medo. Você homem, forte, decidido, e eu aqui, só uma menina, com tantos problemas. Mas acho que você já está acostumado, desde sempre foi assim, você a minha âncora, meu guia e meu protetor. Eu sempre precisando que você me levante, e precisando tanto que chego ao fundo do poço quando não estou perto e nessas horas, consigo entender o porquê de Deus te colocar na minha vida. Queria ser mais como você, forte, pé no chão, mas sem deixar de sonhar, queria ser decidida e o mais importante: conseguir fazer por você o que você faz por mim

quinta-feira, março 6

"Um dia acontece a gente tem que crescer, temos que encarar a responsa". O Chorão sempre me entendendo, mesmo não estando mais entre nós e mesmo fazendo quase um ano que não consigo escutar uma música dele sem chorar ou sentir um aperto muito grande no coração, e hoje, mais uma vez vem uma das suas músicas na minha cabeça fazendo jus ao que estou passando.
Mas com o tempo realmente percebemos que decisões difíceis devem ser tomadas, hoje mais uma vez eu percebo que "A quem mais foi dado, mais será cobrado", sei que sou agraciada das bençãos de Deus, sei que pra quem olha de fora toda essa atitude foi um ato de Fé e coragem, no fundo eu sei que toda essa força vem de Deus, mas não posso dizer que não sofro.
Eu sofro como se hoje fosse o último dia da minha vida, sofro como se fosse uma pessoa vazia de fé, sofro como se nunca mais pudesse me impressionar com a bondade dos olhos dele.
Mas tudo antes era mais bonito, ah se era, tudo era risada, abraços, meus olhos só enxergavam a bondade e a graça, mas com o tempo meus olhos se vendaram pra isso e abriram pro perigo, era como se existisse uma faixa de Neon dizendo pra eu me assegurar, e esse cuidado que sempre abriam brechas para o pecado que me fizeram desistir, me fizeram pensar bem no casório, nos planos, na casa, nos filhos...
A minha cabeça anda tão confusa que parece um redemoinho, não sei pra onde seguir, a quem pedir ajuda física, o que posso fazer pra focar e pensar direito nas coisas, minhas certeza não são mais certezas, eu preciso pensar, pensar, pensar, e por isso eu escrevo, pra ver se as palavras podem me ajudar, mas hoje nem elas conseguem aliviar a dor que meu coração sente.
Será, Deus, que fiz a escolha certa? Será que ele vai ser meu? Será que ele ainda irá te amar?
Mas isso não depende mais de mim, a única coisa que eu sei é que ainda o amo, de um jeito peculiar, mas é amor.



sexta-feira, agosto 16

Sabe quando o tempo regressa e voltamos a ser infelizes como ontem? É assim que eu me sinto, como se o tempo tivesse regressado, e aquele ano infeliz tivesse voltado.
Me sinto vazia, sem nada por dentro, desanimada, e sozinha. Mas sozinha é normal, faz muito tempo que se eu paro pra refletir sobre a vida, solidão é a palavra chave.
Hoje a minha mãe me perguntou: “Filha, sua vida se resume a escola? Então se hoje você se formasse, você ficaria ai nesse quarto escuro, sem sair, sem ver a vida?”, se isso fosse antes, me sentiria ofendida, hoje senti vontade de perguntar “que vida?”, Ah mãe, se tu soubesses do que se passa na minha vida, na solidão e do vazio que os pecados me fazem ter, do calabouço que é não saber pra onde ir, o que fazer, com quem falar, mas tu não entendes, como alguém poderia entender? Antes eu até pensava que existia alguém que compreendia, mas esse alguém não está mais presente, se fez presente outro alguém, que talvez esteja vazio também, preso nos meus pecados, mas de ouvidos tampados pro meu falar, de olhos fechados pra minha escuridão.
Pareço-me abandonada por todos, me pareço abandonada por Deus, e tudo por minha culpa, é o que mais dói.
Abandonada, com a vida que se resume em solidão, com a felicidade escassa dos lábios e do coração, com a bagunça na vida e os sonhos na gaveta, mas pensemos pelo lado bom, pelo menos as palavras me voltaram.

sexta-feira, novembro 16


Sinto falta daqueles dias em que eu podia contar com alguém pra me fazer sentir melhor, sinto falta daqueles dias não entorpecidos que não desistiam no primeiro percalço e que não me largavam no meio da solidão esperando os dias de sol, sinto falta de não sentir falta. Porque hoje eu só sinto vontade de gritar: “Ei, eu estou aqui!” pra ver se consigo um pouquinho daquela atenção tão apreciada. Pois sou como uma montanha, cheia de altos e baixos e preciso de alguém que ame os meus baixos, que queira cair comigo, que esteja disposta a sacrifícios, porque não sou sempre dia, também sou noite, e sou noite de apagão, noite daquelas onde nenhuma faísca aparece, e são nessas noites que quero sentir um calor a me dizer: “estou aqui”, sem precisar de gritos.

terça-feira, junho 19

As vezes eu queria que ele soubesse o quanto eu choro a noite, queria que soubesse quantas noites deixei de dormir, queria que soubesse o quanto eu sofro por amá-lo, e o quanto eu me odeio por estar morrendo, e assim ainda deixá-lo matar-me ainda mais com qualquer sorriso. Ah, o que faria se soubesse da inveja que eu sinto por ter essa capacidade de me despedaçar sem ao menos saber? Só sendo você mesmo, me "amando" com moderação. E eu aqui, somente com o dom de ser despedaçada, de tentar agradar não sendo eu mesma, tendo tentativas falhas, amando incondicionalmente e, perdoem-me pela brutalidade, me fodendo. Mas por favor, não me interpretem mal, não levem essa história como  a de um amor não correspondido, onde o vilão parte o coração da mocinha. E sim, a história da mocinha que inventa maldades para o vilão, por ser fraca demais. Então invertam e vejam a "mocinha" como vilã, e o "vilão" como mocinho, pois foi assim que ela se fez.

sexta-feira, abril 20

Por isso que sempre lhe pergunto sobre a “certeza” das coisas, nunca acreditei muito em palavras vãs, sou de promessas, de certezas e de verdades. Mentir é coisa tão vã, tão ilusionaria, pra quê mentir, por quê mentir? Se a verdade sempre prevalece? Só queria que conversasse comigo, falasse sobre seu passado, sobre seus pecados, sobre os seus sentimentos, queria tanto ser a única a conseguir alcançar seu coração, pois eu sei que o interesse não me falta. E não é por curiosidade e sim por amor, por gratidão, queria sentir-me como um escape de teus problemas, assim como você se faz de um pra mim, assim como abuso de tua boa vontade pra te jogar minhas escuridões, só queria me sentir um pouco menos inútil.”

quarta-feira, abril 11

Estou errando em construir castelos em propriedades suas, estou errando em esquecer de mim e lembrar de ti, estou errando em estar sozinha todo tempo e você estar em companhia. Só estou me comportando com infantilidade, esquecendo que existe um ‘eu’ além de um ‘tu’, que existe um Deus além de um ‘eu’, que existe vida além do amor, e que tudo pode se combinar. O meu problema é o eu, o meu problema é ser eu, mas já que isso não pode mudar, adaptar-me-ei ao que virá.